Conto 12: Três da Manhã

 Eu gosto muito de escrever quando estou entediado, então é normal que eu ande por ai com caderno e caneta para escrever quando estou em filas, ônibus, aeroporto e etc. Eu tenho dúzias de contos que comecei a escrever no caderno e por algum motivo nunca foram finalizados, esse foi um desses contos, na verdade ele tinha sido finalizado, mas eu nunca o publiquei por não ter ido tanto assim com a sua cara, um dia desse lendo diversos contos inacabados me dei de cara com ele e como sempre tive um carinho pela ideia geral decidi rescrever e dar uma oportunidade para ele brilhar ao sol.

 

Três da Manhã

Claire ia andando pela rua escura, olhando atentamente tudo a sua volta, claro que depois de uma festa como aquela ela estava um pouco bêbada, mas ainda sim estava atenta, não pretendia deixar uma ótima noite como aquela terminar em assalto, ou talvez em coisa pior. A rua ia se alongando a sua frente, alguns postes de luz iluminavam levemente o seu caminho, mas não o bastante. Ela estava completamente sozinha, mas tinha algo de estranho no ar e ela se sentia tensa, mais do que devia estar se sentindo. De onde ela tirou a ideia brilhante de voltar para casa andando as três da manhã? Provavelmente do Álcool.

O dia tinha começado bem, a festa tinha sido ótima, mas agora ela se sentia estupida e assustada andando pela rua, caronas não faltaram para ela na festa, mas mesmo assim agora esta ela aqui sozinha na rua escura. Ela percebeu algo se movendo a distancia do outro lado da rua, forçou os olhos para se adaptarem a escuridão e percebeu que um homem vinha andando na sua direção, ele ainda estava longe e ela não conseguia enxergar direito, mas mesmo assim estava pronta para o pior. “Claire deixe de ser paranoica” pensou, “É apenas um homem voltando do bar indo para casa, ou talvez um jovem como você voltando de uma festa.”, mas algo no ar ainda a deixava preocupada, algo estava errado, ela pegou seu spray de pimenta na bolsa e colocou no bolso da calça, onde poderia o pegar mais facilmente, caso precisasse.

O homem ia se aproximando devagar e Claire pode perceber duas coisas, a primeira ele era bonito, mas muito bonito mesmo, talvez o homem mais bonito que Claire já tivesse visto na vida, o segundo é que ele vinha cantarolando e dançando pela noite escura. “Alguém deve ter se dado bem essa noite.” Pensou Claire. Ele vinha chegando cada vez mais perto e Claire sentiu os dedos se apertarem no spray de pimenta, ao mesmo tempo em que a beleza do homem a hipnotizava ao mesmo tempo em que algo no seu olhar a deixava apavorada, ela não sabia explicar bem o que, tudo que ela queria agora era que ele passasse por ela sem fazer nada e fosse embora.

Cada passo que o trazia mais perto para ela fazia seu coração bater um pouco mais rápido, finalmente os dois se cruzaram e Claire pode respirar aliviada quando ele passou saltitante sem dizer uma palavra. “Esta vendo sua paranoica louca? Ele é apenas um rapaz que se deu bem voltando para casa, nem todo mundo hoje em dia é um assassino psicótico.” Ela estava tranquila nos seus pensamentos quando algo os quebrou, ela sentiu seu coração parar de pavor, o homem tinha posto a mão no seu ombro, ela virou lentamente com medo do que a esperava.

-Susie é você? – O homem a encarava com seus calmos olhos azuis, Claire o encarou de volta, o medo lentamente ia sumindo e seu coração voltava a bater no ritmo normal, ela precisou de alguns segundos para finalmente compreender o que estava acontecendo ate que finalmente respondeu.

-Desculpe, mas você deve ter me confundido com alguém. – “Ele só achou que você fosse alguma conhecida dele, nada demais, nada para ficar apavorada.”. – Meu nome é Claire.

-Me desculpe. – Ele sorriu, o sorriso fez seu rosto se iluminar, Claire se sentia mais e mais estupida por ter ficado com medo dele. – Você se parece demais com ela, alguma chance de ter uma irmã chamada Susie?

-Eu tenho certeza que não, sou filha única.

-Me desculpe mais uma vez por ter te incomodado Claire. – Ele estendeu a mão para ela e seu sorriso pareceu ter aumentando.  – Meu nome é Bob.

-Não tem problema nenhum Bob. – Ela o cumprimentou. – Bem eu tenho que seguir meu caminho agora, boa noite.

-Não você não tem. – Ela olhou assustada para ele, seu sorriso parecia cada vez maior, Claire começava a achar que aquele sorriso não parecia humano. Ele segurou seu pulso com força impedindo de Claire se mover. “Eu sabia que tinha algo de errado” pensou.

-Me solte seu idiota. – Ela colocou sua mão no bolso em busca do spray de pimenta, mas algo aconteceu, o sorriso do homem aumentou ate que deixou de ser um sorriso, sua boa se abriu em uma imensa mordida e ele engoliu Claire de uma vez como uma cobra faz com a sua presa, ela não teve nem tempo para gritar antes dele fechar a mordida.

Mary estava andando sozinha pela rua escura, tinha acabado de sair de uma festa de arromba e estava exausta, mal podia esperar para chegar em casa e dormir por uns cinco dias seguidos. Ela ia andando sozinha pela noite quando percebeu alguém se aproximando do outro lado da rua, ela não conseguia enxergar direito no escuro, mas parecia ser um homem, um homem, ele vinham saltitando e dançando pela noite em sua direção, ela decidiu ignora-lo, afinal é isso que se tem que fazer com malucos anoite.  Ele simplesmente passou por ela sem dizer nenhuma palavra, Mary ficou mais tranquila, mas então algo aconteceu e ela sentiu o braço dele no seu ombro, ela virou lentamente enquanto ele falava.

-Susie é você?

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